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Suspeito de matar delegada usou cinto de segurança e inventou versão de sequestro, diz polícia

Após audiência de custódia, Justiça converteu em preventiva a prisão em flagrante de Tancredo Neves Feliciano de Arruda, de 26 anos

Tancredo Neves Feliciano de Arruda, 26, principal suspeito de matar a delegada Patrícia Neves Jackes Aires, 39, disse à polícia que “girou o cinto de segurança no pescoço dela” para se defender de supostas agressões durante uma discussão. Namorado dela, ele também admitiu que inventou que os dois teriam sido sequestrados. As declarações foram dadas em depoimento nesta segunda-feira (12), na 37ª Delegacia Territorial da Bahia, em São Sebastião do Passe, na região metropolitana de Salvador. Após audiência de custódia, ele teve a prisão em flagrante convertida em preventiva.


O corpo de Patrícia foi encontrado com sinais de estrangulamento, na manhã de domingo (11), no banco do carona do próprio carro, em uma área de mata às margens da BR 324. Tancredo foi autuado em flagrante pelo crime de feminicídio e também responderá por fraude processual e falsa comunicação de crime.

Patrícia era lotada como plantonista da 1ª DT (Delegacia Territorial) de Santo Antônio de Jesus, a 193 quilômetros da capital. Ela estava na Polícia Civil da Bahia há cerca de 10 anos.

No depoimento, cujo teor foi divulgado pelo portal g1, o suspeito disse estar contando a verdade após passar a noite pensativo e se arrepender do que fez. De acordo com relato dele à polícia, os dois saíram para beber em Santo Antônio de Jesus, e Patrícia ficou alcoolizada, segundo ele.

Na saída do estabelecimento, a delegada teria decidido viajar para Salvador a fim de comprar roupas, ainda conforme o g1. O homem relatou que, durante a viagem, eles pararam para urinar na BR-101, no trecho de Sapeaçu, no recôncavo. Ainda no trajeto, disse para a mulher que os dois precisavam repensar a relação.

A reação de Patrícia, segundo Tancredo, foi de descontrole e ameaças de morte contra a família e a filha dele. Nesse momento, ela puxou o volante do carro, provocando a colisão contra uma árvore.


Depois, Patrícia começou a bater no companheiro, que enrolou o cinto de segurança no pescoço dela. Segundo ele, o objetivo não era matar a delegada, e sim fazer com que ela parasse com as supostas agressões.

O homem ainda disse que notou que Patrícia estava desacordada após menos de um minuto, saiu do carro e chamou a polícia. Conforme Neves, ele não sabia que a mulher estava morta.

De acordo com o g1, o suspeito disse que se casaria com a chefe de polícia na próxima quarta-feira (14), apenas três dias após ela ter sido assassinada. O homem contou que a conheceu em novembro de 2023, em um restaurante de Santo Antônio de Jesus. A delegada atuava como plantonista na unidade policial da cidade.

O relacionamento, segundo ele, teve início há cerca de quatro meses. O homem reconheceu que houve agressões verbais ao longo desse período, mas negou que tenha ocorrido qualquer episódio de violência física ou sexual.

Em maio deste ano, ele chegou a ser preso em flagrante por agredira delegada. Tancredo, no entanto, afirmou que ela caiu sozinha, e alegou ter provado inocência no caso. Segundo ele, a vítima retirou a medida protetiva de urgência que havia pedido contra ele. O homem foi solto por decisão judicial, e o casal se reconciliou.

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