“Eu só saio do União Brasil se Elmar Nascimento sair, e não existe essa possibilidade”, afirma Marcinho Oliveira
As desavenças entre os deputados estaduais Marcinho Oliveira e Luciano Simões, ambos do do União Brasil, parece estar longe do fim e tem como pano de fundo o apoio de prefeitos e a disputa de votos na região do sisal.
Ao Bahia Notícias, Marcinho Oliveira, que é líder do partido na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), revelou que enquanto o colega de bancada está “se queimando sozinho”, ele “está de boa”. Ele se referiu a tentativa, até o momento frustrada, de Simões de tirá-lo da liderança da bancada, com movimentações capitaneadas por ele próprio junto aos caciques da legenda Bruno Reis e Paulo Azi, conforme publicado pelo BN na semana passada.
“Só tem uma coisa que me faria sair do União Brasil e ir para outro campo de oposição. É se Elmar [Nascimento] sair e Elmar não vai sair. Não existe essa possibilidade”, cravou. Ele explica que a picuinha interna originada a partir das suas participações em eventos institucionais, ao lado do governador Jerônimo Rodrigues (PT), do qual é um ferrenho crítico, foi só uma “cena” de Simões. Segundo ele, o colega ainda não superou o fato dele ter conseguido fazer “em seis meses, o que ele não conseguiu fazer em dois mandatos em número de entregas, máquinas, equipamentos e articulação de recursos para os municípios”, avaliou.
Ainda de acordo com Marcinho Oliveira, Simões tem um problema pessoal contra ele. “Ele perdeu espaço para mim na região do sisal e ainda não conseguiu digerir isso. Ele foi votado na minha cidade em outras eleições, nessa [em 2022] ele não conseguiu ser votado, eu tive 8.500 votos e ele teve 19 votos. Eu, na cidade dele tive 1.300 votos; em Euclides da Cunha, a mesma situação”, explicou.
A reportagem descobriu que as brigas entre os dois teriam contaminado o grupo, formado por dez deputados na AL-BA, e gerado uma discussão, de potencial considerável, no Whatsapp. Mesmo assim, o líder Marcinho Oliveira reforçou que o conflito está “pacificado” e que seguirá no comando do bloco até janeiro de 2024, quando um novo nome deverá ser escolhido com, no mínimo, seis votos.
“A grande maioria dos deputados são solidários a mim porque sabem que eu sempre fui correto. Não existe isso de saída honrosa, eu continuo como líder do partido. Isso não tem nada a ver, foi uma ação individual do deputado Luciano Simões e não teve nada a ver com o partido. Inclusive, não houve nenhuma retaliação, nenhum tipo de conversa nesse sentido. Eu comuniquei aos outros colegas como Alan Sanches, Sandro Régis e, antes de qualquer pessoa, eu comuniquei a Elmar Nascimento e ao presidente do partido, deputado Paulo Azi, que eu iria nesse evento do governo porque é uma base onde eu tive 10 mil votos”, argumentou.
O deputado refutou que esteja negociando com outras legendas, entre elas, o PP. “Eu fui eleito pelo União Brasil e não posso sair por conta da fidelidade partidária. Essa suposta ida para o PP é só conversa”, disse. Sobre a sucessão na liderança, Oliveira adiantou que “ano que vem, a partir de fevereiro, se Robinho colocar o nome dele, eu voto com ele”, finalizou.