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Vida depois da chuva: moradores do Vale do Jiquiriçá reconstroem rotinas e tentam amenizar prejuízos


Depois dos prejuízos causados pela chuva, a palavra no Vale do Jiquiriçá é reconstrução. A solidariedade das pessoas tem ajudado amenizar o sofrimento dos moradores.


Os moradores têm feito o que pode para garantir o futuro de quem perdeu tudo ou quase tudo. O agricultor Julival Filipe virou auxiliar de pedreiro para ajudar os vizinhos.

“Muito trabalho aqui, nós estamos pegados, vai ter muito trabalho aqui ainda. É muita coisa, a luta vai ser grande, a gente não sabe nem quando vai parar”, disse.


Jiquiriçá, distante 180 quilômetros de Feira de Santana, foi uma das cidades mais arrasadas em uma região de 20 municípios depois que o nível do rio Jiquiriçá subiu e invadiu as áreas mais baixas depois das fortes chuvas no natal.

Após 11 dias após o dilúvio, o cenário ainda é de terra arrasada em muitos lugares, como na rua da antiga estação.


Segundo a prefeitura, 500 pessoas ficaram desabrigadas e pelo menos três mil pessoas desalojadas. Cerca de 20 encontraram força para seguir em frente em uma pousada, onde abrigo, mantimentos e até remédios são garantidos sem que os donos peçam nada em troca.


O espaço, voltado para o turismo, estava fechado e só seria reaberto no meio de 2022.

“Quando a gente viu o desespero das pessoas, correndo para salvar o que podia com suas próprias mãos, a gente abriu as portas e acolheu todo mundo”, a dona da pousada Simara Almeida.


A solidariedade está fazendo uma diferença enorme para quem foi afetado pela enchente no Jiquiriçá.

O técnico em eletrônica Almir Silva passava o natal na casa da sogra quando viu de perto uma enchente pela terceira vez na vida. Foi quando o coração apertou e nasceu a oficina voluntária do “Tio Almir”.


Os eletrodomésticos são importantes para quem perdeu tudo, já que nesta fase do processo de reconstrução, o desafio é garantir a volta para casa, para quem tem para onde voltar. Por isso, fogões, colchões e camas se tornam tão importantes agora quanto os alimentos.

“O que eu posso fazer é doar meu conhecimento. São 57 anos de janela, se eu consertar um radinho, uma maquina de lavar roupas, uma televisão…”, contou.


Em Ubaíra, a 185 quilômetros de Feira de Santana, pouco mais de 280 famílias estão desabrigadas ou desalojadas depois que as águas do rio Jiquiriçá fizeram um estrago.

“Chega um momento em que as famílias começam a retornar para suas casas, aquelas que têm condições de retornar, vem toda aquela situação de móveis, fogão, geladeira que as famílias perderam”, afirmou o prefeito Lúcio Passos.


Imagens feitas por moradores mostram quatro casas que desabaram por causa chuva e uma cratera imensa que foi formada no local dos imóveis. Josefa de Jesus, de 62 anos, conta que nunca viu uma destruição como essa.

“Eu não tive mais coragem de ver. Quando eu estive aqui e vi as casas dos amigos, parentes, todas no chão, fiquei revoltada e com um pouquinho de tristeza”, lamentou.

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